terça-feira, 8 de março de 2011

@itude...

Contra tudo o que seria previsível neste dia não vou enfatizar mais o Dia da Mulher. Sobre isso já fiz as minhas homenagens devidas a quem de direito e até a mim própria porque acima de tudo continuo a orgulhar-me muito da mulher que sou. Erro, magoo, caio mas tenho carácter suficiente para admitir tudo isso, pedir desculpa, aprender com tudo e começar de novo...
"Há que ser trigo e depois ser restolho. Há que semear e voltar a colher..." Confesso que aqui entram em campo algumas permissas importantes na minha vida, há que saber aceitar cada fase da vida e há primeiramente que semear para colher. Porém, às vezes achamos que já tínhamos semeado e que cuidávamos da cultura mas finda a época nada havia a colher. Frustra... Como mulher, como ser humano. Por outro lado faz-me reflectir no que faltou, no que não tive em conta ou até apenas manter presente que às vezes nada se fez de errado e apenas não se pode colher onde não existe... Mas o tempo que dedicámos à nossa colheita? O carinho com que semeámos? Esse não frustra, esse engrandece porqjue sabemos que investimos das únicas coisas que nenhum dinheiro nem nenhuma cultura conseguimos extrair; tempo e carinho... Ou se tem ou não se tem, ou se semeia ou não se tem para semear, ou se investe ou não o temos sequer para nós...
Num dia de reflexão sobre as grandes colheitas da minha vida tenho a perfeita noção que a semente, mesmo quando latente, está viva, que a cultura mesmo quando fisicamente dela nada se extrai, nos trouxe mais uma razão para aproveitar o restolho para nele cimentar novas culturas...
Estou cansada de muita coisa, nem adianta referi-las, mas cansaço não significa baixar os braços; às vezes pode e deve significar cruzá-los, esperar que cresçam plantas espontâneas e usarmos apenas o que a natureza nos dá, sem termos que forçar culturas, sem termos que dedicar tanto esforço a algo que ou acontece naturalmente ou pode nunca surgir... Mesmo as ervas daninhas têm a sua funçao no ciclo e até com elas o solo fica mais fértil...
Porque a vida às vezes é só mesmo aceitar que as ervas daninhas fortalecem e tornam a próxima colheita mais rica... Mas hoje, sinceramente, é com dificuldade que olho para o meu campo e vejo que tão poucas vezes semeei em mim, porque até hoje as primeiras sementes eram sempre para atirar aos outros campos... E o que colhi??? Uma mão cheia de nada e outra de coisa alguma... Não tenho colheitas físicas mas tenho, sem dúvida, um coração cheio de aprendizagens, vivências e muito restolho para adubar tudo o que vier... Porque venha o que vier, nada será maior do que a minha alma....porque o tempo passa mas as @itudes ficam....
Até já...