quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Eu, tu,....nós..... eles.

Depois de várias missões que não sei se me ensinaram tudo o que eu poderia reter ou, por outra, se eu tive capacidade para assimilar as lições que devia, um pensamento emergiu em força na minha mente: até a conjugação de verbos começa pela primeira pessoa do singular:EU, só mais à frente surge o TU e o ELES é mesmo a última pessoa gramatical. Porquê??? Parece-me evidente que reflete fielmente a maneira como vivemos:primeiro eu! Não é que me choque esta ideia se tida com conta, peso e medida e não levada ao extremo que cada um confortavelmente passou a adotar como forma de vida...
Estranhamente, não sinto falta de pensar mais em mim pois sempre me senti bem com o "nós" no sentido humanitário, considerando-me parte de um mundo que, ao desejar ideal, acabo por querer também o melhor para mim.
Mas não faço... mas não sou... Mas erro... Mas magoo... Mas parece que as lições nunca são suficientes... E nem mesmo se fossem em castelhano... espanhol....ou whatever... porque parece que até nessa língua sou cruel....
Por isso, enquanto não chego a um "nós" em que eu saiba respeitar o "tu" terei que aprender a educar o "eu"... ´
Até já....

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Liberta-te.....

Somos responsáveis pelo que temos mas também pelo que não temos... Estranhamente raras vezes paramos para pensar que se ainda não atingimos alguns patamares é porque não estamos a permitir que as energias necessárias para lá chegarmos sejam ativadas. Elas existem mas não as estamos a deixar fluir por nos concentrarmos demais naquelas que nos fizeram perder algo... E se não tivermos perdido? E se apenas tiver mudado de sítio? É que não existem energias más, apenas forças que agem por secções... Mas a sensação de "deixar de ter" é sempre complicada de gerir, aflitiva até em certa medida até a conseguirmos segmentar em todos os items que isso irá renovar em nós.
Somos responsáveis pelas lágrimas que choramos mas também por aquelas que fazemos chorar. Mas entre umas e outras todas elas servem certamente para purificar... E quantos de nós ousam assumir que às vezes só estamos a ajudar os outros provocando-lhes essa catarse? Parece cobardia ou egoísmo dizer que nos sentimos aliviados por termos conseguido que alguém chorasse mas acredito hoje tratar-se apenas de um dos maiores degraus para conduzirmos alguém a um nível acima, a um espaço na alma capaz de agora acolher novas sensações que até então não conseguia pois esse espaço estava ocupado pelas lágrimas que não se derramavam. Às vezes é mesmo preciso reciclar os espaços em nós, permitir que se troquem as emoções para percebermos que a liberdade de escolher as dinâmicas que queremos que nos povoem e preencham como seres é nossa e que dela surgirão sempre novos domínios de nós.
Hoje acredito que não terei conseguido com as palavras certas fazer-te acreditar que sei que algo melhor e maior te está guardado e que eu fui apenas ponte para chegar lá mas....que recebas essa mensagem no silêncio do que nunca te direi mas que sempre acreditarei... Liberta-te...O Mundo é só o começo!
Até já

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Simples,não?

As coisas simples da vida conseguem, quase sempre, que me sinta plenamente feliz. Porém, a simplicidade parece não ser fácil de conseguir e menos ainda de manter. Vivemos tempo demais presos à ideia de que para alcançarmos uma plenitude temos que ser mais e melhor mas no fundo para ser grande basta ser inteiro... Mais tempo ainda perdemos a acreditar que para sermos inteiros temos que ter alguém que nos complemente... É falaciosa esta forma de pensar que tanto oprime a identidade própria, a vinculação de valores, a enraização de projetos e a posta em prática dos nossos recursos físicos e humanos para sermos cada vez mais simples...
Gosto tanto das coisas simples que até se torna complicado... dançar à chuva, andar descalço, comer a parte do meio das torradas... Simples, não?
Porque tendemos a complicar os nossos mais pequenos desejos e dar-lhes uma dimensão incomensurável que às vezes nem cabe em nós? As coisas devem ter a dimensão que têm. Nada mais que isso...
Até já...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Nada é vazio...

Ditam as leis da Física que "Nada é vazio", pois mesmo quando se muda alguma coisa de lugar esse espaço é ocupado por átomos, ar... Por isso, não há também em nós nada que permaneça vazio após uma mudança, após algumas alterações estratégicas ou mesmo inesperadas. Quando tendemos a sentir que um vazio se apodera do que sentimos ou pensamos podemos sempre encará-lo na perspetiva de que estamos apenas a renovar-nos de ar, a oxigenar espaços, por forma a conferir-lhes um caráter de renovação, capaz de acolher novas sensações e desafios.
Se sinto o vazio? Tempos houve em que tinha espaço para o vazio, contudo o crescer de mim própria fez-me ver que preencho todos os lugares de mim, os de dar e os de receber, os de pensar e os de agir, os de idealizar e os de realizar...
Naturalmente, e como não só de Física nos tratamos, surgem fases de reflexão durante as quais equaciono a dimensão dos espaços ocupados e a eventual necessidade de os reciclar... Por ora, mantenho a sustentabilidade dos projetos que tracei para mim, encaro-os como sendo a linha que continua a fazer sentido seguir por maiores que sejam os desvios, mas procuro encará-los como um núcleo de pilotagem para passar à fase seguinte, melhor pensada, mais validada em experiências e com mais objetivos. Por isso, mais do que procurar os vazios, procuro as razões; mais do que tentar preencher espaços, procuro dar-lhes sentido e muito mais do que me "encher de gente", prefiro a "gente cheia" de significado para mim.
Pragmaticamente, acho que toda esta contextualização se resume muito facilmente na ideia base de que nada é vazio, nem mesmo quando o vazio aparenta ser o mais garantido porque afinal de garantido temos apenas uma coisa na vida...
Até já.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Querer e poder...

Querer e poder são dois infinitivos verbais bem distintos, apesar de na prática muita gente tender a confundi-los ou a dar-lhes jeito essa "pequena" troca de palavras...
Ouve-se com frequência um "Não posso..." quando tantas vezes a verdade é "Não quero.... (mas não fica bem dizer assim)". Também o "Não quero...." tantas vezes substitui um "Não posso.....(mas gostava tanto!)".
Portanto, numa altura em que tanto temos a mudar nos nossos hábitos de escrita devíamos também fazer o esforço por mudar os nossos hábitos de discurso e fazê-lo refletir aquilo que realmente pretendíamos dizer, não vá quem nos ouve interpretar à letra e depois ficar perdido no jogo de palavras...mais do que um acordo ortográfico, meus caros, precisamos urgentemente de um acordo connosco próprios e perceber até que ponto não estamos a poluir a genuinidade das intenções de discurso. Tudo bem que às vezes nos dá jeito fazê-lo mas.... não queiramos depois acreditar naquilo que estamos a tentar fazer passar como mensagens aos outros porque pior do que tentar convencer alguém é tentar convencermo-nos...
E de que falo? De qualquer pedra da calçada em que eu posso até tropeçar mas não quero!!!!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O primeiro triunfar

Saído de um pequeno casulo
Caminhaste degrau a degrau
No crescimento até àquela imensa porta
Que termina neste primeiro triunfo.

Juntos percorremos esses degraus
Que a vida nos vai dando
Com tristezas e alegrias
Como as cores do arco-íris…

Com sorrisos e lágrimas
Reflectidas no quadro onde passearam
As vogais e consoantes
E os números das várias operações
No aprender e descobrir!

Hoje começa a fechar-se aquela porta que já conhecias de cor
E assim comemoraremos o primeiro triunfo
Que começa um novo mundo
Onde o crescimento da aprendizagem
Será tão maravilhoso como o teu crescer.

A ti,Alexandre, Ana Beatriz, Beatriz, Carolina, Catarina, Cláudia, Diogo, Fábio, Francisco, Guilherme, Gui, Ishan, João, Rui e Sofia,
Obrigada por teres saído do meu casulo!

Finalistas.... os meus meninos estão prestes a alcançar o primeiro grande triunfo...
Entre risos, sermões, aprendizagens e cumplicidades os nossos caminhos entrosaram-se e foram um só mas agora novos rumos irão surgir... vivemos este fim-de-semana o culminar da vossa homenagem com a entrega das fitas e diplomas, pequenos símbolos de toda a amizade que vos dedicamos e, acima de tudo, como reconhecer de um pequeno grande passo. Por agora, para abafar a saudade resta-me recordar a cada minuto que "aqueles que passam na nossa vida não partem sós e não nos deixam sós pois deixam sempre um pouco de si e levam um pouco de nós". Obrigada por tudo o que deixam na minha vida, todos os silÊncios em que tanto me disseram, todos os abraços em que tanto me fortaleceram, todos os beijinhos que nunca foram demais... Caminho convosco para sempre porque essa é a missão que me pede o coração, que todos os vossos sucessos sejam sempre divididos com alguém que vos ama profundamente e que continua a celebrar este contrato convosco...
Hoje mais do que nunca tenho mesmo que ser um Ate já....

domingo, 29 de maio de 2011

Diário de bordo... de muitos dias...

"Estou concentradíssima"... em mim, mas principalmente no Universo.
Ativamente a minha demanda sobre a questão que marcava o maior cerne da minha existência chegou ao fim... Foram precisos longos anos de revoltas, retóricas, mágoa mas, finalmente, a trégua chega num culminar de uma aprendizagem progressiva que precisa, agora, de se direcionar para novos rumos.
Durante muitos anos acusei a falta de memórias como uma ferida que não cicatrizava. Porém, finalmente é-me dado a conhecer que a falta de memórias Às vezes é uma benção, que onde não há raizes não há o que ceifar nem sofrer com as tempestades porque nada será perdido... No entanto, tive que arrancar as raizes das memórias que não tinha, tive que, literalmente, "enterrar" bem longe essas raizes e tive que me semear de novo...
Sou campo em socalcos, com vários patamares da existência e da essência, os quais após uma boa adubagem, acredito que darão frutos, apesar de saber que serão precisos vários dias, várias mondagens e algum efeito de estufa... Por ora, a estufa serve apenas para me proteger, para permitir que a aridez dê lugar a uma serenidade no terreno...
De tão concentradíssima nem consigo transcrever a imensão de palavras, pensamentos, ideais e sementes que encerro em mim. Por isso, sirva esta mensagem apenas para assinalar o momento em que me inebrio do sabor do Universo, que dele bebo não só as energias mas também e principalmente as lições e pedidos que ele me emite. Se os ouvimos todos? Ouvir todos ouvem, responder poucos ousam porque implica coragem e implica, principalmente, cair muitas vezes, reaprender muitas etapas e reestruturar muitos projetos na nossa vida. E torna-nos mais pequenos por isso? Ah................. a energia de quem aceita o desafio é muitas vezes reciclada nos pontos de luz mais pequenos, de onde nada se espera e que, por isso mesmo, tudo pode acontecer...
Não vou emitir nuvem de cinza mas vou iniciar a minha erupção de ideias, ideologias, ações, intenções, aquelas que vão fertilizar os campos que serão, muito em breve, aqueles aos quais vou atirar as sementes. Mas sobre elas nada a acrescentar...
Até já...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Unspoken....

Quanto se diz no silêncio e quanto podemos ouvir... Porém, a grandeza de cada um de nós reside exatamente em saber filtrar as vozes e, consoante a sua força, torná-las ecos ou abafá-las...
Não privilegio o silêncio para me expressar perante o próximo mas confesso que me fui habituando a ele como forma de comunicarem comigo. Primeiro estranha-se, depois entranha-se... e se parece uma maneira fácil de comunicar, enganem-se!! Porque com alguma capacidade de encaixe que felizmente possuo até sei gerir minimamente a ausência de palavras mas longe estou de conseguir ler nas entrelinhas do silêncio. Porque o silêncio fala. Porque o silêncio magoa. Porque o silêncio consegue doer mais do que a mais atroz das palavras.
E que fazer perante ele? Autodidaticamente aprendi que há duas formas de silêncio: aquele no qual queremos estar calados e aquele no qual queremos dizer tanta coisa... Felizmente, não leio pensamentos, mas leio ações e essas não há como ocultar como fazemos com as palavras. Gerir é, portanto, um processo que depende, para mim, de dois fatores: da pessoa que o emite e da etapa ou recorrência com que o usa. A algumas pessoas aprendi a entendê-lo como parte do que são, a outras simplesmente reconheço-o como um subterfúgio quando não temos respeito suficiente pelo próximo para usar a palavra, por mais que ela seja uma realidade que não podemos alterar. Quando este subterfúgio em vez de exceção passa a ser regra por já parecer tão natural e tão mais fácil, então, caríssimos, só há uma mensagem que está impressa nele: quaisquer palavras são perder tempo... E eu não gosto disso... Nem de perder tempo, nem que percam tempo comigo. Esse, infelizmente, não volta, não se recupera, não se controla tão meticulosamente como se dentro de cada um de nós existisse um enorme relógio capaz de gerir quando devíamos usar toda a força das palavras no sentido da luz e apagar o tempo em que o silêncio nos consome energias que podiam ser completamente empregues no convergir de palavras que, mesmo não ditas, são sentidas, vividas, realizadas...
Se parecer incoerente no discurso é porque estou em silêncio, comigo, com algumas entidades mas, particularmente, com o próprio silêncio e porque estou a encher os pulmões para gritar com toda a veemência que a voz ativa desta história é uma só: a minha. De resto, o Universo vai acompanhar a sonoridade, métrica e ritmo desse grito e cooperar comigo no sentido de transformar todos os silêncios numa enorme fonte de linguagem onde as palavras sejam obrigatoriamente capazes de devolver aos seres a capacidade de verdadeiramente comunicarem em vez de debitarem palavras, de não terem medo de dizer as palavras certas nos momentos exatos e de, finalmente, termos uma sociedade onde a voz ativa seja predominantemente a das nossas sensações e emoções e não uma voz mecânica que nos habituamos a repetir.
Tenhamos voz, tenhamos noção de que do outro lado alguém nos ouve ou alguém espera ouvir-nos mas, metodicamente, usemos este instrumento como raiz da nossa felicidade unicamente pela força das palavras... Ninguém é tão leigo que não tenha uma palavra a acrescentar e ninguém é tão sábio que não tenha uma palavra a aprender. Eu, porém, peco pelo excesso e devo aprender a deixar por dizer, até porque felizmente as minhas ações falam por mim e sei que quem tem mensagens para entender as sabe tão bem que pronunciá-las não mudaria sequer a entoação com que seriam ditas... Porque mesmo no meu silêncio a palavra é uma só....
Até já...

terça-feira, 26 de abril de 2011

As palavras ficam...

"Se me disseres que me amas, acreditarei.
Mas se escreveres que me amas
acreditarei ainda mais.

Se me falares da tua saudade, entenderei,
Mas se me escreveres sobre ela
eu a sentirei junto contigo.

Se a tristeza vier consumir-te e me contares
eu saberei. mas se escreveres no papel
o seu peso será menor.

...e assim são as palavras escritas:
possuem um magnetismo especial, libertam,
acalentam, invocam emoções.

Elas possuem a capaciade
de em poucos minutos cruzar mares,
saltar montanhas, atravessar desertos intocáveis.

Muitas vezes, infelizmente, perde-se o Autor,
mas a mensagem sobrevive no tempo,
atravessando séculos e gerações.

Elas marcam um momento que será
eternamente revivido por todos aqueles que as lerem.

Viva o amor com palavras faladas e escritas,
mate saudades, peça perdão,
aproxime-se, recupere o tempo perdido.

Insinue-se, alegre alguém,
ofereça um simples "Bom dia",
faça um carinho especial.

Use a palavra a todo o instante, de todas as maneiras.
A sua força é imensurável.

Lembre-se sempre do poder das palavras.

Quem escreve constroi um castelo
e quem lê passa a habitá-lo."

(Autor desconhecido)

Lembre-se sempre do poder do silêncio... em silêncio rimos, choramos, amamos, respeitamos, acreditamos... muitas das maiores lições de vida são dadas e recebidas em silêncio porque, quantas vezes, não se torna ele a forma mais eloquente de comunicar???
Contudo, sou da velha guarda. Prefiro as palavras... Não deixo por dizer, o mau, mas principalmente o bom. Não existem limites para expressar, principalmente quando queremos expressar o que de bom nos habita e se refere a outrém... É bom demais partilhar a simplicidade das palavras mas nada melhor do que viver a grandeza dos momentos, sem falar, sem escrever, apenas absorver com o tacto cada letra que é dita nos nossos actos e cá dentro formar as palavras que traduzem esses momentos...
Uso a palavra, sem pudor, sem orgulho, sem medo... Prefiro-a ao silêncio que faz tudo parecer mais vazio, impessoal e, quantas vezes, uma maneira cobarde de usarmos as palavras...
As palavras, mesmo quando não as que desejamos ouvir, devem ser ditas a tempo e horas, não é "Um dia..." porque aí elas já ganharam a existência devida: chama-se cobardia e felizmente, para o bem ou para o mal, esta é uma das qualidades humanas que nos distingue: podermos usar a palavra...
Encontrei este texto por acaso, numa revista que já lera inúmeras vezes e já estava esquecida e nunca antes ele me despertara a atenção. Mas hoje...... tudo se resume a isto "Quem escreve constroi um castelo e quem lê passa a habitá-lo"... Até porque palavras eu uso muitas aqui no blog, mas escrever não escrevo para qualquer pessoa... só quem habita no castelo...
Até já...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pegadas na areia....




"Uma noite eu tive um sonho...

Sonhei que estava andando na praia
com o Senhor
e no céu passavam cenas de minha vida.
Para cada cena que passava,
percebi que eram deixados dois pares
de pegadas na areia:
um era meu e o outro do Senhor.
Quando a última cena da minha vida
passou diante de nós, olhei para trás,
para as pegadas na areia,
e notei que muitas vezes,
no caminho da minha vida,
havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu
nos momentos mais difíceis
e angustiantes da minha vida.
Isso aborreceu-me deveras
e perguntei então ao meu Senhor:
- Senhor, tu não me disseste que,
tendo eu resolvido te seguir,
tu andarias sempre comigo,
em todo o caminho?
Contudo, notei que durante
as maiores tribulações do meu viver,
havia apenas um par de pegadas na areia.
Não compreendo por que nas horas
em que eu mais necessitava de ti,
tu me deixaste sozinho.
O Senhor me respondeu:
- Meu querido filho.
Jamais te deixaria nas horas
de prova e de sofrimento.
Quando viste na areia,
apenas um par de pegadas,
eram as minhas.
Foi exatamente aí,
que te carreguei nos braços"

No areal nem sempre há marcas visíveis de que não caminhamos sós mas se prestarmos atenção às energias que nos guiam veremos certamente que várias vezes somos impelidos a caminhar para a direita, outras para a esquerda e vezes há em que andar para trás não se torna menos importante...
Torna-se importante termos consciência do campo de magnetismo até onde podemos ser atraídos para sabermos seguramente até onde vão as forças porque, às vezes, a lei da atração só por si é mais do que suficiente para nos fazer trilhar os caminhos sem termos que os pensar.
Acredito no par de pegadas seja no areal, no alcatrão, na calçada, no cimento, por onde quer que ande porque sei que há quem caminhe comigo, mesmo que não me peguem ao colo, até porque sabe tão melhor quando caminham a par... No entanto, como eu adoro pegar ao colo... mesmo quando já nenhuma força humana me acompanha mas se renova o ciclo de Fénix e me torno maior do que eu própria, capaz de condensar todas as canalizações num ponto convergente chamado Amor...
Até já....

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Man, I feel like a woman!

Várias vezes já aqui usei a eloquência do meu discurso para homenagear as mulheres, em especial as mulheres da minha vida, as que me acompanham desde 6/2/1981, as que foram chegando aos poucos, as que só agora conheci... Todas elas, as significativas, de uma forma ou de outra já aqui ou de qualquer outra forma me receberam agradecimentos pelo modo como mudaram o meu mundo.
Contudo, desde há alguns dias surgiu o vazio de nunca ter prestado a mesma e merecida homenagem aos homens da minha vida. Aqui englobo todos: o que me gerou e o que me criou e sempre amou porque são, sem dúvida, marcos incontornáveis na minha personalidade e a eles devo, literalmente, o que sou. Depois tenho que referir logo em segundo lugar os amigos, aqueles que gostam de mim quando acerto e quando erro, quando estou presente ou quando não dou notícias, quando rio e quando choro. Esses, sim, são pilares na minha vida e apesar de ser restrito o leque é abrangente o suficiente para me sentir privilegiada por serem as pessoas certas. Em seguida, os homens que amei, os que me amaram e aqueles em que foi possível acontecer ambas as coisas em simultâneo. Com todas as situações aprendi muito de mim, da essência do próximo mas, essencialmente, muito desse sentimento que comanda a vida e do qual nem toda a gente pode falar porque simplesmente não o conhece... Ouvir falar dele não nos faz conhecê-lo mas sim ter uma percepção...
Por último, àqueles homens que não serviram para nada a não ser para me orgulhar muito de ser mulher e, mais ainda, de saber ser uma mulher com cabeça, tronco e membros e a isso juntar um cérebro... Estes, se calhar, até deviam ter sido os primeiros da homenagem porque foram, sem dúvida, os que mais me lapidaram como diamante e apenas aperfeiçoaram aquilo que, só por si, já tem energia e grandeza sufciciente mas que pela forma tosca de ser pedra em bruto às vezes não nos apercebemos do potencial que ela encerra.
A homanagem subentendida tem, impreterivelmente, que ficar para o homem no qual vejo um espelho... Aquele para quem olho e me sinto identificada e reflectida...
Hoje é com reconhecido orgulho que a sonoridade "Man, I feel like a woman!" é uma melodia consistente e reflexo dos homens que hoemageei anteriormente e de todos aqueles que, não sendo citados, acabam por me fazer ver o valor de um homem na vida de uma mulher nos mais variados parâmetros, não porque precisemos deles para termos personalidade, mas sim porque só uma grande mulher mantém a sua personalidade independentemente do homem em questão: pai, irmão, amigo, marido, namorado, conhecido, desconhecido... O cerne deste homenagem acaba, no fundo, por ser às mulheres que são elas próprias seja com quem for...Por isso, aos homens da minha vida, sinto-me verdadeiramente MULHER!
Até já...

quarta-feira, 23 de março de 2011

"Mantrizar-me..."

"· Dê mais às pessoas, MAIS do que elas esperam, e faça com alegria.
· Decore seu poema favorito.
· Não acredite em tudo que você ouve, gaste tudo o que você tem e durma tanto quanto você queira.
· Quando disser "Eu te amo" olhe as pessoas nos olhos.
· Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar.
· Acredite em amor à primeira vista.
· Nunca ria dos sonhos de outras pessoas.
· Ame profundamente e com paixão.
· Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.
· Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões.
· Não julgue as pessoas pelo seus parentes.
· Fale devagar mas pense com rapidez.
· Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Porque você quer saber?".
· Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.
· Ligue para sua mãe.
· Diga "saúde" quando alguém espirrar.
· Quando você se deu conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.
· Quando você perder, não perca a lição.
· Lembre-se dos três Rs: Respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas ações.
· Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
· Sorria ao atender o telefone, a pessoa que estiver chamando ouvirá isso em sua voz.
· Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.
· Passe mais tempo sozinho.
· Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.
· Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
· Leia mais livros e assista menos TV.
· Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez.
· Confie em Deus, mas tranque o carro.
· Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia.
· Em desentendimento com entes queridos, enfoque a situação atual.
· Não fale do passado.
· Leia o que está nas entrelinhas.
· Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
· Seja gentil com o planeta.
· Reze. Há um poder incomensurável nisso.
· Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado.
· Cuide da sua própria vida.
· Não confie em alguém que não fecha os olhos enquanto beija.
· Uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes.
· Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros, enquanto você for vivo. Esta é a maior satisfação de riqueza.
· Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro.
· Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir.
· Lembre-se de que seu caráter é seu destino.
· Usufrua o amor e a culinária com abandono total."

(Dalai Lama)


Desta vez não vou divagar muito porque ontem passaram-me uma declaração médica: "Está oficialmente apaixonada!".... E novidades????
Até já....

terça-feira, 15 de março de 2011

D(e)ivagar...

Divagar podia ser uma forma súbtil de não ser objectiva comigo ou com os outros mas, felizmente, sou bem resolvida, contra tudo aquilo que possa parecer, ou aquilo que tentem analisar... A diferença é que alguns só o percebem devagar... :D
Neste jogo de brincar com as palavras acabo por deixar transparecer claramente que durante algum tempo fiz valer a máxima de que devia fazer a diferença no mundo dos outros... Agora preciso que façam a diferença no meu...
Devagar mas no devido tempo percebi que dar sem esperar em troca não existe, podemos é aceitar que há contas, pesos e medidas diferentes, mas nada se sustem sem que haja reciprocidade. E nessas alturas de nada vale divagar... há que objectivar, sob pena de sermos mal interpretados, sob o risco de posteriormente equacionarmos se agimos bem ou não mas em consciência de que poderei vir a arrepender-me de muitas coisas na vida, mas nunca de não ter sido coerente com os meus sentimentos... Não critico quem o faz, sei até que é uma postura mais confortável mas não se coaduna com o que me define e me orienta...
Por hora poucas são as metas definidas, menos ainda os caminhos delineados, apenas uma grande meta: a realização completa... E por ela vale tudo menos atropelar os outros pelo caminho quando posso contorná-los... Também já lá vai o tempo em que eu me deixava atropelar e hoje sei com toda a convicção que se estruturou uma Mulher bem resolvida consigo e com o próximo. Se tenho tudo o que quero? Não. E que nem se confundam os termos "resolução" com "satisfação". Sei o que quero e melhor ainda sei o que não quero e por agora é mais do que suficiente para abandonar o divagar e começar, devagar, a encaixar as peças do puzzle... Uma a uma todas farão sentido e o todo será, seguramente, muito mais do que a soma dessas peças pois no conjunto estarão envolvidos também o tempo, a atenção e a dedicação com que estudei cada peça...
sim, "venho do nada porque arrasei o que não quis" e às vezes o que queremos não nos é devido mas daqui a vinte anos arrepender-me-ei, com toda a certeza, muito mais daquilo que não fiz do que do que fiz, independentemente de onde isso hoje me leve, mas num caminho que descobri movido por energias se não for eu a primeira a imprimi-la nas minhas acções por certo é porque ela não existe em mim... EXISTE! Alguma recebo-a mas outra crio-a e acredito seriamente que só há uma grande energia em falta na minha vida e que cada vez é mais notória.... Preciso de ser dois seres num só!!!!! Seja quando tiver que ser mas que seja com esta intensidade de quem sabe que "Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce!".......
Até já...

terça-feira, 8 de março de 2011

@itude...

Contra tudo o que seria previsível neste dia não vou enfatizar mais o Dia da Mulher. Sobre isso já fiz as minhas homenagens devidas a quem de direito e até a mim própria porque acima de tudo continuo a orgulhar-me muito da mulher que sou. Erro, magoo, caio mas tenho carácter suficiente para admitir tudo isso, pedir desculpa, aprender com tudo e começar de novo...
"Há que ser trigo e depois ser restolho. Há que semear e voltar a colher..." Confesso que aqui entram em campo algumas permissas importantes na minha vida, há que saber aceitar cada fase da vida e há primeiramente que semear para colher. Porém, às vezes achamos que já tínhamos semeado e que cuidávamos da cultura mas finda a época nada havia a colher. Frustra... Como mulher, como ser humano. Por outro lado faz-me reflectir no que faltou, no que não tive em conta ou até apenas manter presente que às vezes nada se fez de errado e apenas não se pode colher onde não existe... Mas o tempo que dedicámos à nossa colheita? O carinho com que semeámos? Esse não frustra, esse engrandece porqjue sabemos que investimos das únicas coisas que nenhum dinheiro nem nenhuma cultura conseguimos extrair; tempo e carinho... Ou se tem ou não se tem, ou se semeia ou não se tem para semear, ou se investe ou não o temos sequer para nós...
Num dia de reflexão sobre as grandes colheitas da minha vida tenho a perfeita noção que a semente, mesmo quando latente, está viva, que a cultura mesmo quando fisicamente dela nada se extrai, nos trouxe mais uma razão para aproveitar o restolho para nele cimentar novas culturas...
Estou cansada de muita coisa, nem adianta referi-las, mas cansaço não significa baixar os braços; às vezes pode e deve significar cruzá-los, esperar que cresçam plantas espontâneas e usarmos apenas o que a natureza nos dá, sem termos que forçar culturas, sem termos que dedicar tanto esforço a algo que ou acontece naturalmente ou pode nunca surgir... Mesmo as ervas daninhas têm a sua funçao no ciclo e até com elas o solo fica mais fértil...
Porque a vida às vezes é só mesmo aceitar que as ervas daninhas fortalecem e tornam a próxima colheita mais rica... Mas hoje, sinceramente, é com dificuldade que olho para o meu campo e vejo que tão poucas vezes semeei em mim, porque até hoje as primeiras sementes eram sempre para atirar aos outros campos... E o que colhi??? Uma mão cheia de nada e outra de coisa alguma... Não tenho colheitas físicas mas tenho, sem dúvida, um coração cheio de aprendizagens, vivências e muito restolho para adubar tudo o que vier... Porque venha o que vier, nada será maior do que a minha alma....porque o tempo passa mas as @itudes ficam....
Até já...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Xiuuuuuuuuu....

Mais vezes na vida deveríamos saber ficar calados... Nem devíamos escrever... Se calhar nem devíamos pensar... É que assim estaríamos tão certamente a marcar tantos pontos... Ou pelo menos a não "desmarcar".
Ausentei-me temporariamente dos "Diários de Bordo" e sinceramente nem seria pela falta de "matéria" porque essa continua a estar eminente mas às vezes a estupidez humana consegue mesmo suplantar tudo aquilo que nos possa impelir a partilhar.
Ponto de situação: primeira tentativa de mudar de vida não teve os resultados esperados mas tranquilamente... o que tiver que ser "está escrito", "Maktub"...;sem stress, continua a motivação e acima de tudo as dinâmicas com que persigo a estrada... A nível pessoal, continuo a aprender, já pouco a surpreender, mas siga.... Há que filtrar, voltar a beber e o que não for aproveitado há-de voltar a sair... Até pq rins e pulmões há que tê-los em todos os poros da pele...
Pouco tenho a escrever porque pouco tenho parado para pensar... Tenho estado ocupada a viver e ainda bem que sobre isso não há nem uma vogal que eu vá escrever... Fico pelo "Xiuuuuuuuuuu, cala-te, ouve, filtra e vive!"
Por isso hoje, sem qualquer lucidez de escrita, vou desligar e vou só ali viver e volto já....
Até já...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Balançar...

Em atraso o diário de bordo dos dias 4 e 5...
Balançar acontece... Para a esquerda, para a direita. Para trás, para a frente...
Dias diferentes, dinâmica diferente. Foi tudo na primeira pessoa: "eu quero", "eu gostava", "eu sou"... Estranhamente não me senti nada egoísta... Talvez porque nem sempre o pensarmos em nós implica esquecermo-nos dos outros, até porque há pessoas de quem notamos a ausência... outras sentimos a falta... Primeiro estranha-se mas depois entranha-se e passa a ser "apenas" mais uma gaveta vazia!!!
Pelo meio dos dias 4 e 5 houve aquele marco fantástico do meu "trintanário". BRUTAL!!!! Fantástico o leque de pessoas q me privilegiaram com a presença e todas as surpresas da noite, uma das quais ainda se vai revelando todos os dias... Sem dúvida, devíamos nascer já com 30 anos, é um outro olhar sobre a realidade, mais maduro, mais sereno, mais assertivo... Semana seguinte, "somewhere". longe daqui, mostra-me que realmente às vezes é precisar estar longe para estar mais perto de nós...
E o diário de bordo do dia 6??? Ui, esse ainda nao consigo falar dele... Há coisas que não se explicam... Mas soube tão bem ser reconhecida...
Completa incoerência no meu discurso hoje.... É muita coisa a fervilhar, muito que podia dizer e pouco de que queira falar! Partilhar só mesmo um momento que valeu como poucas coisas, apesar de saber que não vai ser fácil alcançar: foi entregue o formulário de voluntariado na Liga Portuguesa Contra o Cancro. Agora resta acreditar com todas as energias positivas e pedir com todas as forças que me seja concedida essa graça.
se calhar páro por aqui o emaranhado de ideias soltas e vou ali e já volto...ou não.... porque onde nada se passa, tudo pode acontecer!!!!!!!!!!!
Até já...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ícaro...

Diário de bordo do dia 3...
Ícaro desafiou todas as leis ao voar perto demais do Sol sabendo que as suas asas eram feitas cera... Naturalmente, acabaram por derreter e esta ousadia fê-lo cair em pleno mar... Apesar dos conselhos do Pai, Ícaro ousou, experimentou, tentou voar mais alto... Não conseguiu mas deu-me razão... TENTOU!
Olho para os humanos como se todos nós fossemos morfologicamente uns Ícaros, com asas de cera, mas a poucos reconheço esta ousadia de não ter medo de cair mesmo quando estão de sobreaviso... Uns arriscam derreter as asas, outros voam mais baixo porque sabem os riscos que correm... Qual dos dois o mais sensato???
Hoje não respondo à pergunta objectivamente, deixo uma retórica: Qual dos dois o mais feliz?? e porque quando o tema é felicidade eu não deixo por dizer, ficam as reflexões do dia 3: "É preciso haver Inverno antes que chegue a Primavera", mas por vezes durante o Inverno os humanos esquecem-se de preparar os terrenos para semearem as flores que querem colher na Primavera e acreditam que haverá mais Primaveras... E se não houver? E se não houver amanhã? teremos voado alto o suficiente? E se as asas só servirem mesmo para derreter e nos fazer passar por essa metamorfose?? Muitos nunca saberão, porque muitos nunca arriscarão!!!!
Já fui Ícaro e continuo sem medo de o ser, cair faz parte, é no levantar que está a virtude...
Dia 3, continuo uma aluna dedicada e com um mestrado a nível de pedras no caminho... As pedras base estão cá, só tenho que derrubar todo o muro e começar de novo, estudando melhor onde colocar cada uma das pedras que sou... A única certeza é a de que o cimento que unirá essas pedras é a consistência do que sinto, do que amo, do que acredito, do que aprendo, do que dou... Se podia já ter o castelo feito??? Se calhar poder, podia... Mas num castelo apenas bonito por fora, perfeito aos olhos de quem o vê não é garantido que haja felicidade suficiente para se morar lá e às vezes temos mesmo que fazer o "luto" de todas as pequenas coisas que perdemos ao longo do caminho para termos espaço para acolher as grandes... Pedras no caminho??? Epá, corajoso de quem não as contorna para fingir que elas não existem... ou cobarde??? Não sei, apanho as minhas... Nunca se sabe quando farão falta, nem que seja para servir de arma de arremesso!!!!
Até já....

domingo, 30 de janeiro de 2011

Imortais....

"Por mais que a vida nos agarre assim
Nos troque planos sem sequer pedir
Sem perguntar a que é que tem direito
Sem lhe importar o que nos faz sentir

Eu sei que ainda somos imortais
Se nos olhamos tão fundo de frente
Se o meu caminho for para onde vais
A encher de luz os meus lugares ausentes..."

Somos imortais enquanto acreditarmos que conseguimos encher de luz algum lugar ausente... Hoje considero-me imortal mas também com imortalizações em mim porque também eu já recebi dessa luz, quando a vida nos troca planos sem sequer pedir...
Contudo, há que canalizar estas trocas de planos para nos fazermos importar com o que nos faz sentir... como mulher estou em standby mas como ser humano estou a tentar ser "pirilampo" e agarrar a vida entre os dedos de quem a vê escorrer como grãos de areia que tarde ou cedo acabarão todos por cair por não a conseguirmos impedir de seguir a força da gravidade... Há um momento em que me senti mais imortal do que nunca, o dia em que o meu nome entrou na lista do Centro de Histocompatibilidade de Medula Óssea... Poucas vezes na vida me senti assim tão grande, até ter tomado uma outra decisão que ainda está em curso mas para a qual vou empenhar todas as energias positivas: o voluntariado na Liga Portuguesa Contra o Cancro...
E porquê? Porque o Cancro existe... Porque já lhe provei o amargo sabor contando a história na 3ª pessoa, na pessoa que mais amo no mundo mas, acima de tudo, porque cada minuto em que nos confrontamos com a morte damos mais valor à vida e cada minuto pode ser o último.
Neste momento poucas coisas fariam tanto sentido na minha vida e me tornariam mais feliz do que esse pequeno gesto mas, infelizmente, até para "dar" é preciso tanta burocracia :s MAS quando se dá com este amor acredito que se recebe, embora na vida eu não dê à espera de receber, apesar de neste campo eu desejar intensamente poder dar e receber. E dar é apenas tempo, conforto, carinho, ouvidos ou silêncios. O receber são todas as vezes que conseguir ter a certeza de que fui um ser humano melhor, fui capaz de encher de luz os lugares ausentes e me torno, assim, imortal para quem em mim se imortaliza...
Hoje esta música tem ainda outro sentido, mas esse faz parte do "saber amar", aquele "amor" que não só se imortaliza como também se materializa...
Ainda não é o Diário de Bordo do dia 3, mas é uma consequência clara da 2ª decisão importante do ano...
Falta pouco para o dia 3, falta pouco para o 30º aniversário, será que falta pouco também para a 3ª decisão importante do ano????? Quem sabe... :D
Até já...

sábado, 22 de janeiro de 2011

"Gosto tanto de ti" e "amo-te"...

Diário de bordo do Dia 2...
Mantém-se a motivação, mantém-se claramente a energia mas começou o delicado processo de "escavar"... Acredito que somos além da matéria que nos constrói como figura de gente, acredito que há "vida" dentro de um corpo e acredito mais ainda que dentro do mesmo existem "gavetas"... Gavetas??? Pois, aqueles compartimentos onde gostamos de arrumar as coisas; às vezes para sabermos metodicamente onde elas estão, outras vezes acho que pela inocência de acreditarmos que assim organizamos e controlamos tudo...
Bom, discordo. Agora que me tem sido permitida esta visão de mim percebo que tinha muitas gavetas vazias e outras cheias demais, algumas delas até mesmo com necessidade de serem devidamente recicladas e reorganizadas, de modo a que se elimine tudo o que ocupa espaço e se encha tudo o que está vazio... Estava "pouco cheio" o amor-próprio, a ambição, o empenhar-me activamente em ir mais longe. Estava cheio de mais o "gosto tanto de ti", seja em que domínios da minha vida for...
Fui confrontada com a mais bonita das definições e distinções entre o "Gosto tanto de ti" e o "amo-te" e claramente percebi que nada melhor do que amar pois só assim nos tornamos conscientes de que as gavetas nas quais tentamos esconder as coisas para elas não terem existência são inúteis e não mais são do que pedaços ocos da nossa personalidade.
Surge um parêntesis rápido para esclarecer que não estou a usar a dicotomia "gosto tanto de ti"/"amo-te" na perspectiva homem-mulher mas sim na minha perspectiva de mim para com tudo o que faz parte do meu mundo. Se calhar vezes demais achei que gostava tanto das coisas quando afinal eu devia era amá-las!! E não, não vou aqui esclarecer a diferença entre as duas expressões, apenas a minha felicidade em ter conhecido a diferença entre ambos pois só assim percebi que afinal não falhei tanto quanto achava, que afinal posso e devo gostar das "coisas" mas não ao ponto de me esquecer de as amar...
Dia 2, mais um pequenino passo, mas que continua a ser na mesma direcção e de onde surgiram novos desafios aos quais já comecei a dedicar-me.
Anseio já pelo dia 3, porque sei que vou precisar de ainda mais força e porque sei também que neste processo todo vou cair muitas vezes mas com toda a certeza tenho a lembrança das vezes em que me empurraram ao chão e eu me ergui... Por isso, agora que estas quedas são provocadas por mim serei ainda mais capaz de me levantar!
É pelo dia 2 que hoje posso gritar a plenas pulmões "amo-te" e não dizer-te o "Gosto de ti!" !!!!!
Até já....

sábado, 15 de janeiro de 2011

Pensar na primeira pessoa:EU!

Hoje foi dia... O primeiro de alguns... Foi um misto de emoções: ansiosa, expectante mas, acima de tudo, motivada para tentar desconstruir alguns aspectos de mim que de tão estruturais têm que desintegrar o puzzle que sou. O todo é, no entanto, bem mais do que a soma das partes, mas quando as partes têm arestas por limar elas não vão encaixar harmoniosamente e irão ser sempre pedras angulares a dificultarem a harmonia.
Posso dizer que, pela primeira vez na vida, não sinto necessidade de sonhar, sinto necessidade de viver para concretizar esses tais ideais que outrora chamaria de sonhos. Mas não o são, são metas que podem perfeitamente ser realidades se empregarmos nelas energia para saber reciclarmo-nos.
Não fiz promessas para o ano novo e acho que é isso que me tem dado tanto ímpeto para operar algumas mudanças que há algum tempo estavam guardadas em gavetas, não vou falar delas por antecipação porque apesar de não ser muito supersticiosa acredito na máxima de que energias positivas trazem energias positivas mas as negativas também trazem negativas...
Por agora o imperativo é definir prioridades. A primeira já está, sou eu, venha o que vier, mas nada será maior do que a minha alma... Seguem-se ponderações a nível profissional, a nível estrutural de vida e, o que mais delicado será, se vou mesmo ousar arriscar os desafios que têm sido equacionados, numa perspectiva de crescer como ser humano, profissional, mulher talvez, apesar de neste campo felizmente estar bem resolvida comigo por agora, tenho sido coerente com o que sinto e o que penso e organicamente isso tem imprimido em mim uma nova dinâmica para encarar as situações, aceitar que nem sempre podemos ter o que queremos, mas que nada me diminui, pelo contrário sinto-me grande por saber que não deixo por dizer, não deixo por fazer, não me deixo bloquear pelo medo de perder... Como hoje tive que ouvir, comecei a vida a perder aos 2 anos de idade, perder algo que não volta nunca e perder acontece mesmo quando temos medo. No entanto só perdemos o que temos...
Hoje foi delicado mas sei que os dias decorrentes serão ainda mais invasivos, há muito para "escavar",mas é com incontido orgulho que pela primeira vez desde há algum tempo penso na primeira pessoa:EU.
As duas primeiras decisões importantes do ano já estão em acção, agora é imperativo começar a resolver a primeira indecisão do ano pois ela vai ditar muitas outras decisões e em todas elas serei a autora, narradora participante e acima de tudo hei-de aplaudir-me de pé porque hei-de chegar onde só chega quem não tem medo de naufragar...
Ainda terei que enfrentar alguns "Adamastores" mas acredito que no fim me está reservado o Cabo da Boa Esperança...
Até já....

sábado, 8 de janeiro de 2011

Desigual...

2011 ainda estava imaculado das minhas manchas de escrita mas claro que isso teria que ter os dias contados até porque, bem vistas as coisas, não foi por falta de tempo ou de assunto mas sim falta de vontade... resolvi postar hoje porque parece que as festividades finalmente já lá vão e assim já não corro o risco de dar por mim a ponderar se devia ou não tecer considerações para a mudança de ano... Ainda assim ponderei...
Optei por nada tecer como considerações ao ano que acaba, no sentido de não elaborar uma mítica listas de prós e contras. Acabou. A reter liçoes, as pela positiva e as pela negativa, todas elas foram sem dúvida muito importantes e ajudaram a que 31 de Dezembro tenha sido eleito como o dia em que me recusei a dizer "Ano Novo, Vida Nova". Não precisava de um ano novo, precisava, por vezes, de um espírito "novo" e para alcançá-lo o trabalho tem que ser diário...
Também não comi doze passas, não vesti cueca azul, não saltei da cadeira, não entrei com o pé direito em lado nenhum... Se o nível de sorte se medir mesmo por uma escala de superstições então posso dizer que estou abaixo da linha de água porque quebrei todos os protocolos para a noite de transição...
Não pedi doze desejos, não pedi um que seja, apenas me reciclei e vi que a maior parte do que podia desejar já tenho e apenas tenho que sobrevalorizar... havia de facto algumas arestas a limar comigo própria, acho que deixei ficar "quadrada" nalguns pensamentos e atitudes...
Não mudei no que sinto, por quem sinto, no que penso, em quem penso... Mudei no ter mais força de vontade e acima de tudo mais motivos para pensar em mim, mais vontade do que nunca de me realizar...
Claro que teve que haver desilusões, perceber que quem diz que está "sempre lá" a maior parte das vezes di-lo para ficar bem mas que as atitudes mostram o contrário (e esta chapada apanhei-a de alguém que cresceu a meu lado!), tive que digerir mais uma ceia de ironia e tive, principalmente, que perceber que estar sozinha é o contrário de estar acompanhada mas o pior de tudo é estar ausente de mim. Voltei a mim, depois de andar um pouco à deriva mas tenho finalmente cabeça, tronco e membros empenhados em fazer-me convergir para novos rumos, novas directrizes e de ser eu a procurá-las, ao invés de acreditar que vêm ter comigo...
Para trás fica mesmo o passado. Desse há que guardar o que é bom de guardar mas fazer delete a tudo o resto, está a consumir energias sem necessidade e finalmente percebi que a melhor energia com que posso contar é a minha... Só assim a do Universo acompanha a minha vontade....
Para terminar o primeiro post oficial do ano um grito surdo.... vou ser diferente ou desigual... não diferente dos outros, diferente de mim...
Até já...